Parece um detalhe irrelevante mas, um dos princípios básicos para o ensino é ter um ponto de vista definido sobre o que é a língua inglesa. A reflexão sobre o que representa esse idioma tanto para professores e alunos é uma ponte para a construção de uma prática pedagógica sólida. Muitos podem não dar a devida importância para esse tema devido a concepção equivocada de que o inglês é apenas uma disciplina a ser ministrada na escola e que os alunos devem aprender regras gramáticais básicas para atingirem a média no exame. Mas será que o ensino de uma língua deve ser tratado da mesma maneira que as outras matérias? E será que o ensino de inglês deve ser visto da mesma maneira que o ensino de outras línguas? Tentaremos, por meio desse texto, esclarecer melhor o assunto.
Em primeiro lugar, acredito que o ensino de um língua não pode ser resumido apenas a uma tentativa de encorajar os alunos a memorizar regras e listas de palavras de uma forma mecânica. Apesar de ser um recurso eficaz em certos contextos, a memorização não é a base para a aquisição de uma língua. Aprendemos a nos comunicar através da interação com outras pessoas, ou seja é fazendo que se aprende. Em outras palavras, se quisermos encorajar a interação na sala de aula, devemos parar de tratar o ensino de uma língua como se fosse matemática, física ou biologia.
Em segundo lugar, ensinar inglês não é a mesma coisa de ensinar espanhol, francês ou alemão. Estas ultimas línguas, apesar de serem bastante disseminadas e faladas ao redor do mundo, não gozam do mesmo status que o inglês. A língua inglesa deixou de ser um idioma local, limitada às barreiras geográficas de alguns países, tornando-se uma língua global. Sendo assim, ela não mais está necessariamente vinculada a determinadas culturas, como a dos Estados Unidos ou Inglaterra, ela agora pertence a comunidade global, é usada para diferentes finalidades por seus falantes e seu ensino como língua estrangeira não pode ser portanto, dissociado desse contexto.
O que é então necessário para ensinar inglês na escola brasileria? Arrisco-me a afirmar que não é necessário nada além do que pessoas. Claro que sim! Se aprender uma língua é desenvolver habilidades comunicativas, quem melhor do que pessoas para promover isso? Estou de acordo que recursos didáticos como livros, gravações de audio, videos, computador, entre outros, em muito podem acrescentar, mas seria um engano dar-lhes o papel fundamental neste processo, pois na verdade são apenas coadjuvantes. Entretanto, para que o ensino aconteça nesse contexto, o professor é a figura central. Esse profissional, deve sim, ter o reconhecimento que merece, mas acima de tudo engajar-se em prol da educação de seus alunos.
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